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Como Sua Empresa pode contribui com Processo de Legalização da Cannabis - O caso de Portugal

Jonas Barreto


A legalização da cannabis é um tema que, nos últimos anos, tem ganhado espaço nas discussões políticas e sociais, refletindo uma tendência global de reavaliação das políticas de drogas. Em Portugal, conhecido pela sua abordagem progressista em relação às políticas de drogas, o debate sobre a legalização da cannabis, seja para uso medicinal ou recreativo, tem se intensificado. Portugal se destacou em 2001 ao descriminalizar o uso de todas as drogas para consumo pessoal, uma medida que visava combater a epidemia de drogas no país, tratando o consumo de drogas mais como uma questão de saúde pública do que como um crime. Desde então, o país tem sido observado mundialmente por suas políticas inovadoras nesse âmbito. A legalização da cannabis para uso medicinal foi um passo importante, regulamentada em 2019. Essa regulamentação permitiu o uso de produtos à base de cannabis para pacientes com certas condições, sob prescrição médica, marcando um avanço significativo na política de drogas do país. Hoje é possível encontrar diversas lojas de cannabis espalhadas por todo o território nacional, no entanto, apenas produtos com CBD e com uma quantia irrelevante de THC são encontrados nessas lojas.


Ao entender que o THC também tem valor medicinal, é importante que as empresas se movimentem para legalizar e regulamentar a planta como um todo. Embora existam movimentos políticos e sociais pressionando pela legalização, o processo tem enfrentado resistências e desafios, refletindo as complexidades e divergências de opiniões sobre o tema.


O Papel das Empresas no Processo de Legalização


As empresas que operam ou pretendem operar no mercado de cannabis em Portugal têm um papel crucial no processo de legalização, especialmente no que diz respeito ao uso recreativo. Aqui estão algumas estratégias que essas empresas podem adotar para contribuir positivamente para esse processo:


  • Educação e Conscientização: Investir em campanhas de educação para informar o público sobre os benefícios da cannabis, desmistificando preconceitos e destacando os aspectos positivos de sua legalização, como controle de qualidade, redução do tráfico ilegal e benefícios econômicos.

  • Apoio a Pesquisas: Financiar e divulgar pesquisas sobre os efeitos da cannabis pode ajudar a embasar debates com dados científicos, contribuindo para uma discussão mais informada e menos baseada em estigmas.

  • Responsabilidade Social: Demonstrar responsabilidade social, adotando práticas de negócios éticas e sustentáveis, pode melhorar a imagem do setor e aumentar o apoio público à legalização.

  • Lobbying e Advocacia: Participar ativamente de esforços de lobbying, seja individualmente ou através de associações, para influenciar decisões políticas e legislativas é fundamental. Isso inclui o diálogo com legisladores, participação em audiências públicas e contribuição para a formulação de políticas de drogas responsáveis.

  • Parcerias com o Setor de Saúde: Colaborar com o setor de saúde para promover o entendimento da cannabis medicinal e seu potencial terapêutico pode fortalecer o argumento para a legalização, mostrando que além do aspecto recreativo, existe um importante componente de saúde pública.


A jornada para a legalização da cannabis em Portugal é complexa e multifacetada, requerendo a colaboração de diversos setores da sociedade, incluindo empresas, políticos, profissionais de saúde e a sociedade civil. As empresas do mercado de cannabis têm um papel significativo a desempenhar, não apenas em termos de advocacia e educação, mas também demonstrando através de suas práticas que uma indústria de cannabis responsável e regulamentada pode trazer benefícios abrangentes para a sociedade.


Esse artigo foi escrito por Jonas Eduardo Barreto, comunicólogo e mestre em Ciências das Emoções. Dedicado ao estudo da cannabis por mais de 10 anos, Jonas combina sua paixão pela comunicação com um profundo conhecimento sobre os impactos sociais e emocionais da planta, visando desmistificar seu uso e promover uma compreensão mais ampla e responsável.

 
 
 

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